sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Desejo

Odisséia


Eu queria que o tempo parasse
E de cismar eu deixasse
Que eu me transformasse num silfo
E de lá pra cá eu voasse.
Que as lembranças da infância
Embalassem o meu sono e
De tanta saudade eu não chorasse.

Eu queria que a infância nunca acabasse
Que a juventude no meu coração eu guardasse
Lá bem no fundo ela ficasse.
Então eu viveria as delícias da aurora
Delirando-me com as cores do por do sol.
E menos eu correria
Nem tanto me estressaria.

Mui feliz eu faria o meu trabalho
Sem nunca deixar de brincar.

Mas o tempo não parou
A infância a juventude e os amores levou.
E eu sem perceber, aqui a cismar eu fiquei.
Quem sabe se o tempo parasse
O mar se aquietasse, o Sol nunca se fosse,
A Lua iluminasse pra sempre o céu
Minhas dores cessariam e minh’alma adormeceria!

Quão feliz hoje eu seria
Como criança eu brincaria e sorriria de prazer!

E o tempo passou e minha vida levou.
Deixou minhas lembranças e minhas dores.
Hoje, fingindo felicidade
No meu cantinho remôo as saudades...
E de saudade em saudade
Caminhando eu sempre estou.
E vagando e divagando levo a vida a vagar.
Até quando cara a cara
Com o tempo eu me defrontar.

terça-feira, 4 de outubro de 2011


FORMAM-SE AS FLORES

Autor: Márcia Cristina

Hoje, calou-me a ausência de flores
Acordei e vi o vento varrendo meu jardim
O orvalho que molhou pétalas,
Apresentou-se em lágrimas deslizando minha face
Fiquei triste sem querer.

Antes de dormir,
Meu jardim estava aqui, com borboletas assaltando rosas
Cujo vermelho, como em meus lábios
Era tinta
Presenciando o encontro caricato da flor e da dor
Com meu sangue mascarado em cor, que ora se pinta.

Hoje, acordei meio sem vida,
Sonhei o sonho beirando a loucura
E pus-me fatigado, em clausuras
Como pássaro que desaprende de voar.
O vermelho, nos meu lábios, era tinta
No sonho, na flor e na dor,
Que ora se pinta.

Meu suspiro era vinda, meu riso, era ida.
Hoje, foram-se as flores,
E eu fiquei aqui,
Meio sem vida.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Insônia

Insônia


De: odisséia

Em 27/03/2005

Noite comprida, silenciosa e triste.
Sozinha em casa, ouço o vento gemer
Com sua força impulsiva sem nada poupar.
São portas batendo, árvores se contorcendo,
Vendo o vento seus galhos e folhas levar.
Os animais se recolheram
Até mesmo a gata e o cão meus companheiros!

Eu, num silêncio mortal
Em solidão total, de olhos abertos
Vejo as horas impiedosamente passar.
Três horas, quatro, cinco
Não consigo dormir
Cinco e quinze; o dia raiou.
Os pássaros começam a cantar
Ma o meu sono não chegou,

Lembro então da minha casa cheia,
Meninos e meninas brincando no quintal.
Ora sorrindo, ora chorando, ora brigando,
Mas sempre a minha vida alegrando.
Hoje, só, na casa vazia eu me pergunto:
Onde estão os meus “bebês”
Que com tanto carinho os velei?

No passado eram quatro sempre comigo!
Agora, onde eles estão?
Criaram asas e voaram!
Sozinha eu apenas fiquei.
Eu não queria chorar
Mas respondendo a minha pergunta
Apenas chorei.

Que Fazer do nosso Tempo




O Tempo não leva tudo





Temos mania de lançar a culpa de nossas desventuras ao tempo
e às vezes ele nos prega uma peça e quão grande peça!
Bom seria se soubéssemos que somos donos apenas de nós mesmos.
Dos nossos desejos, dos nossos sonhos, dos nossos ideais, dos nossos projetos etc.
Somos criaturas de Deus. Portanto a Ele e só a Ele pertencemos.
O tempo é o nosso companheiro.
Caminhamos lado a lado com ele, E ele nos leva e com ele vai muita coisa nossa mas não leva tudo.
Os nossos ideais, o que aqui produzimos como a nossa arte, a nossa filosofia, ah! Isso ele não pode levar.
As nossas lembranças ficam e as nossas marcas também!
Deixemos então boas lembranças, grandes saudades.