quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Ao Idoso

Nunca se viu tanta doçura no olhar de um velhinho.

Olhos apagados pelo tempo e tão cheios de inocência!

O rosto cheio de linhas em vários formatos e direções

São as rugas e cada ruga traz a sua estória.

O primeiro amor, casamento, filhos, trabalho, vitórias e derrotas!

Lembranças as mais diversas. Alegres e tristes!

Hoje, sentado em um canto à sombra de alguma árvore

Fica quietinho só matutando!

O nascimento do primeiro filho

Depois do outro e mais outro.

A Maria lavando roupas e cuidando de todos com carinho e desvelo

Nas horas vagas torra café pras madames em troca de alguns trocados.

As crianças chegando da escola às correrias.

Quem chega primeiro?

É sempre o Zé que chega correndo, atropelando,

pega seu bodoque e sai gritando..

E o velhinho no seu devaneio murmura palavras sem nexo

Ora sorri. Ora uma lágrima sai rolando de seus olhos

e quem o vê, logo pensa: está caducando!

Mas não!

Foi o tempo que passou e lhe deixou muitas lembranças.

A compra da sua casa,os casamentos dos filhos, A chegada dos netos.

Aí ele lembrando o nascimento de cada um em seus detalhes,

entreabre os lábios daquela boca já enrugada e sorri.

Tristemente, mas sorri e em alguns segundos ele é feliz.

Ele vê a Maria. Tão bonita! Muito faceira,

mas que já não está mais com ele.

Foi a febre o Tifo que a levou.

Foram dias de sofrimento e dor.

Então ele triste chora.

Chora, chora a sua dor e quem o vê não entende.

“-Está gagá o pobre velho e não controla mais suas emoções”.

Não gente! O velho Thomas não está gagá.

Apenas o tempo passou e o deixou tão sobrecarregado!

Um comentário:

  1. Vamos olhar de uma forma especial para nossos idosos, eles precisam de carinho ,compreenção e amor. Muito bom o texto Odisseia,parabéns voce,abraços.

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